Olá, tudo bem?
Nesta semana, uma notícia captou a minha imaginação: a de que um engenheiro do Google foi afastado por acreditar que a Inteligência Artificial (IA) com que ele trabalhava havia adquirido consciência. O trabalho dele era conversar com a aplicação e ele percebeu que a conversa havia evoluído de tal forma que a sensação era de conversar com uma pessoa, e não mais com um robô. Lembrei na hora de dois livros que são as duas primeiras sugestões da semana. Vem conferir!
Um livro: Felicidade para humanos, de P.Z. Reizin (Record). A trama é quase idêntica à história do engenheiro - só que no romance, a IA com a qual ela conversava havia de fato adquirido consciência e se apaixonado pela protagonista. O livro em si é daqueles bem levinhos, mas não deixa de ser provocativo. A situação é levada às últimas consequências para nos fazer pensar aonde todo o desenvolvimento tecnológico pode levar. Adorei a leitura!
Um outro livro: Máquinas como eu, de Ian McEwan (Companhia das Letras). Já este é um romance perturbador de um dos meus autores favoritos. Charlie e Miranda vivem com o robô Adão e precisam lidar com todos os desafios que a presença de Adão traz para suas vidas. É um livro que nos faz pensar também sobre as consequências de trazer a tecnologia para a intimidade de nossas vidas. Imperdível.
Um filme: Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo - Everything Everywhere All at Once (nos cinemas). Assisti no fim de semana e estou apaixonada. Ficção científica das boas, filosófica, que nos pergunta: se você pudesse fazer outras escolhas na vida, quais seriam diferentes? E quais você escolheria tudo de novo? Visualmente maravilhoso, conta a história de Evelyn, imigrante chinesa de meia idade frustradíssima com a sua vida de dona de lavandeira nos Estados Unidos. Mal sabe ela que tudo vai virar de cabeça para baixo, quando descobrir que ela é a heroína que precisa salvar o universo. Um Matrix para os novos tempos. Amei a forma como ele lida com a maternidade, questão central no filme. Vai por mim.
Um podcast: Paciente 63 (Spotify). Protagonizado por Mel Lisboa e Seu Jorge, este é um podcast de ficção. Apresentado pelas gravações das sessões de psiquiatria da Dra Elisa Amaral com o seu paciente anônimo, o 63, a história nos força a confrontar nossas crenças. Loucura ou viajante no tempo? Depois de assistir ao filme Tudo em Todo Lugar… deu vontade de ouvir de novo. Aposto que você não vai conseguir parar de ouvir.
Um podcast literário: Escritores-Leitores, do Itaú Cultural. Esta foi uma das dezenas de dicas que recebi de vocês na última edição desta news. Ele traz escritores contando sobre sua relação com seus personagens favoritos. Comecei com o episódio da Eliane Brum, no qual ela discute um dos personagens mais enigmáticos e influentes da literatura, Bartleby, o escrivão. Que dica preciosa, Tatiana. Obrigada!
Máquinas como eu me fez tremer de diversas maneiras. Passei essa semana na Bienal de Veneza e AI é um tema bem recorrente ao lado de ciborgues. Ainda preciso digerir tudo, organizar as ideias e compartilhar um pouco, mas dá uma olhada nessa artista https://www.lynnhershman.com
Paciente 63 é muito divertido. Ouvi falar que haverá uma segunda temporada.