Para começo de conversa, ele é nojento. Além disso, é um filme de horror, coisa que normalmente não gosto. Mesmo com todos os contras, não consegui desgrudar da tela. A substância, filme de Coralie Fargeat, não me sai da cabeça desde sábado à noite.
É um daqueles filmes ame ou ODEIE. Quem gostou me disse para assistir no cinema - mas acho que era para diminuir as chances de eu levantar da cadeira no meio da sessão e sair correndo. No entanto, estava chovendo, eu estava morrendo de preguiça e acabamos assistindo em casa mesmo. Fazia tempo que não encarava um filme de quase duas horas e meia de duração em casa sem assistir parcelado, ao longo de vários dias. Eu realmente não conseguia desviar o olhar - mesmo nas cenas mais perturbadoras.
A substância não tem um pingo de sutileza. É tudo escancarado. A diretora esfrega todo aquele horror e ódio na nossa cara.
A protagonista, Elizabeth Sparkle (interpretada por Demi Moore), está longe do auge. Já foi uma atriz famosérrima, ganhou Oscar, estrelinha na calçada da fama, foi alvo de paparazzis. Quando a história começa, a única estrela que resta é a do brinco que ela usa nas gravações do seu programa de ginástica, estilo Jane Fonda. Mas aquilo está para acabar, quando Harvey, o executivo do canal de TV (uma referência escancarada ao outro famoso Harvey) a dispensa de uma hora para outra. "It all stops at 50", ele tenta explicar com a boca cheia de camarão com maionese. Eca.
Elizabeth fica então sozinha e percebe que virou coisa do passado. Quando sofre um acidente de carro, fica sabendo na clandestinidade, de um enfermeiro com a cara mais plastificada que já vi, de um tratamento para a velhice. Ela corre para casa para descobrir o que é.
A proposta é simples: Elizabeth precisa se injetar com a tal da substância e dará à luz a uma versão mais jovem dela, Sue (Margaret Qualley). A consciência das duas será compartilhada e elas deverão fazer um revezamento. Uma semana, ela habita o corpo de Sue, na outra, o de Elizabeth. Ela encomenda o produto e precisa ir buscá-lo em um beco bem estranho e passar agachada por uma porta, numa versão adulta e estranha de Alice no País das Maravilhas.
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