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Vamos lá?
Um único livro
4 3 2 1, de Paul Auster (Companhia das Letras). Estas edições costumam vir recheadas de livros lidos no mês, mas janeiro foi um mês com um foco muito específico. Resolvi abraçar meu próprio conselho de encarar livros grandes e comecei a ler este tijolo de meras 816 páginas no dia 31 de dezembro. Estou no fim do livro e já posso dizer que ele entrou para o meu rol de livros favoritos da vida. O grande tema é o poder do acaso e das escolhas que tomamos ao longo da vida.
A vida de Archie Ferguson, filho de Stanley e Rose, começou no dia 3 março de 1947 - mas esta data é apenas o ponto de partida para quatro diferentes caminhos que ele poderia ter tomado. O livro acompanha as diversas fases da vida do protagonista (infância, adolescência, jovem adulto…) e mostra os diferentes rumos de Archie, suas paixões e desafios. Em uma das versões, uma tragédia marca a vida dele. Em outra, a opulência. E assim por diante.
Auster constroi neste romance de formação um panorama de narrativas que nos fazem questionar o que é sorte ou azar, o que é uma decisão boa e como a vida poderia ter sido completamente diferente se tivéssemos virado à direita e não à esquerda. É magnífico.
Para assistir
Quem disse que tive vontade de assistir a um filme ou série com esta obra monumental na minha cabeceira? Ainda assim, foi um mês de férias, com algum descanso para os adultos e uma tentativa de garantir uma programação variada e divertida para as crianças. Com isso, consigo dizer que neste mês eu assisti:
A Real Pain (aluguei na Apple TV). Dois primos vão juntos para a Polônia para tentar encontrar a casa da avó deles, sobrevivente do Holocausto. Um é expansivo, divertido e profundamente perturbado. O outro é neurótico, ansioso e também profundamente perturbado. O filme fala sobre trauma intergeracional da forma mais linda que já vi. Não perca.
Severance (Apple TV+). Eu adoro narrativas estranhas e esta é bem estranha. Começou a segunda temporada desta série que conta a história de funcionários de uma empresa que tem seus cérebros divididos: quando estão no trabalho, não lembram de nada de suas vidas pessoais. Fora do escritório, não sabem de nada sobre suas vidas profissionais. Esta distopia fala sobre culturas corporativas e a busca por uma identidade. Assisti por enquanto apenas ao primeiro episódio e gostei bastante.
Wicked (nos cinemas). Tenho uma filha de 11 anos que estava louca para assistir ao filme. Bom, não é que gostei? Ele fala sobre como lidar com o diferente e faz um diálogo verde e rosa com o nazismo. A cena final, então? Fiquei arrepiada.
Trilha sonora do mês:
Norah Jones, Air, Ramones, Bon Iver, Father John Misty…
Podcasts
Wiser Than Me entrevista com Anne Lamott. Sou fã da autora de Palavra por palavra e adorei a entrevista dela para a Julia Louis-Dreyfus. Elas falam sobre escrita e vida e é lindo demais. Recomendo.
We Can Do Hard Things entrevista Martha Beck. Beck, antropóloga com doutorado em Harvard, está no tour de lançamento do livro Beyond Anxiety, no qual defende que a criatividade é a melhor forma de lidar com a ansiedade. Achei a entrevista uma boa forma de entender a pesquisa dela.
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Nossa, estou já há alguns anos com o livro 4321 na minha estante. Acho que esse é o ano dele para mim, então!
eu amo 4321!!