Dicas bacanas de novembro

7 livros imperdíveis e mais filmes, séries e podcasts

Olá, tudo bem?

Este foi um mês que li muito, muito mesmo. Vem então, que as dicas deste mês são muito especiais:

Livros do mês

Instantes de dentro, de Helena Cunha (Paraquedas). Helena é psicanalista, escritora e uma amiga muito especial. Ela acabou de reunir as melhores crônicas neste livro que é uma preciosidade. O olhar dela é poesia pura. Não perde.

Homem invisível, de Ralph Ellison (José Olympio). Um clássico americano que fala sobre a experiência de ser um homem negro num Estados Unidos pré-movimento dos Direitos Civis. Um dos melhores livros que li no ano, traz um retrato preciso do impacto do racismo sobre nossa humanidade.

A Few Seconds of Radiant Filmstrip, de Kevin Brockmeier (Vintage). Este livro é um memoir sci-fi (!) sobre a experiência do autor durante o ano mais difícil da infância dele. Dolorido e lindo, me transportou diretamente para a sexta-série. Se tornou um dos livros mais queridos que já li.

Quando deixamos de entender o mundo, de Benjamin Labatut (Todavia). Perturbador, este livro que mistura gêneros literários traz as histórias de cientistas e matemáticos cujo trabalho redefiniu as fronteiras do conhecimento humano. Inevitável depois sentir como se estivesse à beira do precipício.

Uma tristeza infinita, de Antônio Xerxenesky (Companhia das Letras). Eu estava louca já para ler este livro, mas depois do combo eleições + o anúncio de que foi o vencedor do Prêmio São Paulo fez com que eu corresse para lê-lo. A história se passa em uma clínica psiquiátrica na Suíça em 1951, mas é um livro profundamente atual, que fala diretamente para o Brasil dividido do Bolsonarismo. Me ajudou a pensar o momento em que vivemos.

Este post precisou ser removido, de Hanna Bervoets (Editora Rua do Sabão). Eu devorei este pequeno livro, que traz a história de uma antiga funcionária de uma rede social cujo trabalho era moderar posts que haviam sido sinalizados por violarem as regras. “Qual foi a pior coisa que você já viu?”, perguntam a ela, numa curiosidade mórbida que também nos afeta. Brutal, mostra o que as redes nos trazem de pior e como elas nos afetam. A tradução em português já está para sair.

Humanos exemplares, de Juliana Leite (Companhia das Letras). Este é o livro do mês do nosso clube do livro. Ele traz a história de Natalia, uma mulher mais velha solitária que passa os dias a pensar nos seus amados. Comecei e já não consigo largar. Para entrar no clube, basta atualizar a sua assinatura para a versão paga da newsletter. Vem ler com a gente!

Filmes e séries

Argentina 1985, de Santiago Mitre (Amazon Prime). O filme (com o maravilhoso Ricardo Darín) narra o julgamento histórico dos generais responsáveis pelos abusos da ditadura militar argentina. Uma luta de Davi contra Golias que soa tão contemporânea nesse nosso Brasil de hoje. Simplesmente imperdível.

A onda, de Dennis Gansel (Aluguel na Apple TV). O filme se passa na Alemanha, mas é inspirado em uma história que aconteceu na Califórnia no final dos anos 1960. Um professor do ensino médio decide montar um regime autocrático em classe para um projeto escolar - mas as coisas logo fogem do controle. Essencial para entender como surgem movimentos fascistas.

White Lotus, de Mike White (HBO). A segunda temporada desta série genial é tão boa quanto a primeira. Todo o desconforto, o privilégio branco e o ennui estão lá - junto com o assassinato, é claro. Maravilhosa.

Podcasts

Seremos todos influenciadores?, do Mamilos. Todo mundo tem que criar conteúdo para a internet? O que tem por trás deste “tem que”? Como ele impacta nossa saúde mental? Essa história eu vivi na pele e é um assunto que amo. Este episódio do Mamilos discute ele com a profundidade que merece.

Watch Your Mouth, do Hidden Brain. Eu AMO este podcast da NPR apresentado pelo jornalista cientítico Shankar Vedantam e fiquei curiosa com este episódio, que explica os efeitos de ser bilíngue no nosso cérebro. Estou estudando italiano e achei interessantíssimo pensar que existe uma mente minha que pensa em cada uma das línguas que falo. (Fora que o final, onde ele discute o esnobismo linguístico, abriu uma nova forma de encarar - e odiar - algo que eu já detestava antes.)

Ufa! Por hoje é só. Curta as dicas ao longo do mês e fique de olho nas de dezembro.

Beijos,

Carol