Newsletter: uma forma de pesquisa como lazer
Edição #275: Diletantismo e o amor por ler, pesquisar e escrever
Um dos poucos sinais de privilégio que meu olhar infantil conseguia identificar naquela época foi a enciclopédia que minha mãe comprou para nós no começo dos anos 1990. Era uma daquelas edições em fascículos: de tempos em tempos, chegava um novo volume em casa. Era perfeito: eu tinha tempo de olhar com calma cada um dos verbetes e escolher os que mais me interessavam para ler antes de receber o volume seguinte.
Foi um upgrade e tanto na minha vida. Até então, eu dependia da enciclopédia da biblioteca da escola ou do clube para satisfazer minha curiosidade. Eu gostava não apenas de ler os verbetes, mas também de encontrar as conexões entre eles, escrever sobre aquilo que havia aprendido e até fazer trabalhos extras que nenhum professor havia pedido. A cara de surpresa deles quando eu chegava com cartazes caprichados que havia montado no meu tempo livre nem sempre preenchia todas as expectativas que eu havia criado. Mas não havia problema. O que eu gostava mesmo era daquelas horas de leitura e pesquisa. Aprendendo.
Nas férias de 1995, logo antes de começar o ginásio, aproveitei para ler sobre mitologia grega e depois egípcia. Sempre fui fascinada com todos aqueles deuses, suas histórias e aventuras entre humanos, os desejos proibidos e tanta vaidade. Minha ideia era começar o ano letivo pronta para estudar os grandes assuntos do ano: Grécia, Roma e Egito antigos.
Estas lembranças vieram num flash quando li na newsletter
, de , o texto research as leisure activity. Foi aquela sensação deliciosa de encontrar um nome para algo que eu amo fazer desde criança e que nunca soube direito pontuar. Ao nomeá-la, essa paixão ganhou contornos mais reais. Pesquisa como atividade de lazer. Que definição boa.Resolvi trazer aqui, traduzidos, os principais argumentos de Celine para investigar um pouco mais esta ideia.
"A ideia de pesquisa como atividade de lazer ficou comigo porque parece descrever um tipo de investigação intelectual que vem de uma paixão e interesse idiossincráticos. Não se trata de credenciais formais. Trata-se fundamentalmente de diversão. É uma descrição de uma vida em que é simplesmente divertido ler, aprender, escrever e colaborar com ideias."
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