Uma carreira cheia de hífens
Edição #243: Uma nova forma de pensar o sucesso (com a ajuda da Emma Gannon)
Estava conversando com a Bia no mar tranquilo do litoral paulista no meio das férias quando me dei conta de algo. Ela estava reclamando da escola: "Odeio matemática!". Então resolvi contar das várias fases que já tive com aquela matéria. Adorava na época do ginásio - era como brincar de quebra-cabeças. No colegial, no entanto, descobri que eu era "de humanas" e que não levava jeito para fazer contas. Minhas notas na disciplina caíram, prestei Jornalismo no vestibular e resolvi que nunca mais iria precisar de matemática na vida. Que piada. Dizem que se você quer fazer D´us rir é só contar seus planos para ele.
Corta para hoje: o Excel e a matemática são parte fundamental do meu trabalho (mais a seguir sobre isso). O mais engraçado é que adoro. Estas são as horas em que tenho uma pausa de tanta leitura e escrita, de usar a cabeça num tipo de trabalho intelectual que amo mas que consome tanto. Coloco os fones de ouvido e uma playlist divertida e sou capaz de trabalhar por horas assim, sem perceber o tempo passar. Obrigada, Madonna, pela graça alcançada.
A Bia sabe bem que a minha carreira tem uma forma e direção que não consta em nenhum livro didático de geometria. Comecei como repórter, cobrindo economia e um tantinho de política. Depois, fui trabalhar com comunicação corporativa - e tive clientes da área de cultura, do setor financeiro, agribusiness, e até um hotel. Morei em Singapura e fiz gestão de crise para um cliente que enfrentava uma campanha forte do Greenpeace. Depois, voltei para São Paulo e montei um negócio de educação financeira para mulheres - que me levou a publicar três livros, apresentar um quadro de televisão, assinar colunas em grandes veículos de comunicação, ter uma coluna diária em uma rádio nacional, dar palestras (e até dois TEDx), e tanto mais. Depois de um burnout, fechei a empresa, criei esta newsletter, entrei no mestrado, trabalhei como biblioterapeuta e dei aulas de literatura, entre outras coisas. Hoje, além de escrever e estudar, também atuo como consultora de comunicação e conteúdo para uma empresa de aviação - e ainda estou começando um trabalho voluntário. (Olha só, consegui resumir em um único parágrafo!).
Enquanto contava toda a minha trajetória, percebi que esta série de trabalhos tão desconexos entre si tinha sim algo em comum: eu mesma. Pode parecer uma falta de coerência, mas ficou claro para mim naquele momento que não era óbvio ou garantido ou garantido que eu daria conta de abraçar tantos projetos profissionais tão diferentes entre si. "Acho que o meu super-poder é conseguir sair nadando onde você me jogar", brinquei com ela.
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