Uma tese de mestrado e dois livros

Edição #301: Meus projetos de escrita neste ano

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Comecei 2025 num misto de empolgação e receio com um marco importante: a tese do mestrado. Depois de três anos, chegou a hora de colocar a mão na massa. Nos mestrados americanos em Liberal Arts - como o meu na Johns Hopkins -, não há preocupação alguma com a tese durante as disciplinas iniciais. Ao longo deste tempo, pude escolher as matérias que mais chamavam a minha atenção, sem ter de me ater a um fio condutor ou objetivo final. A ideia era explorar.

Construí meu mestrado na base dos meus interesses. A primeira disciplina foi sobre a noção de Oriente e como a ideia do Outro foi construída com a ajuda da literatura e depois mergulhei no universo dos romances de formação. Fiz uma matéria inspirada no texto do Ítalo Calvino, Por que ler os clássicos, e um workshop de escrita de memoirs e ensaios pessoais. Encarei a barra das leituras imensas para Teoria Crítica, fiz uma pesquisa independente sobre antissemitismo e terminei agora em novembro outra matéria sobre livros clássicos.

Ao longo de três anos, pude estudar pelo puro prazer de aprender. Agora, chegou o momento de encarar a tese. O meu programa é eclético e criativo: podemos desenvolver a tese no formato que quisermos. Para você ter uma ideia, um aluno até escreveu uma ópera. Depois de muito pensar, resolvi que a minha será um livro de ensaios sobre a questão da identidade judaica na diáspora depois dos ataques do 7 de outubro.