Olá, queride!
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Tenho a mania de querer ajudar todo mundo. Você me traz um problema, eu quero logo achar solução. Uma dica, uma pessoa, um telefone de um médico, um episódio de podcast que seja - preciso dar algo, apontar um caminho que seja.
Você pode não achar que esse é um problema, da mesma forma como olha torto para quem diz na entrevista de emprego que o seu defeito é ser perfeccionista demais. Mas isso começou a afetar o meu texto.
À frente do Finanças Femininas, durante quase 9 anos, cada frase e palavra tinham que ter um objetivo claro: como ajudar a resolver a sua vida financeira, como pagar as dívidas, como aprender a investir - de preferência, em formato de lista, pra facilitar.
Mas será que todo texto aqui desta newsletter precisa mesmo ter uma moral, um conselho, uma solução?
A reflexão surgiu na semana passada, durante um curso que fiz sobre crônicas. No meio da segunda aula, o professor falou sobre a armadilha da autoajuda: tudo quanto é texto hoje parece que tem que ser de autoajuda - ou acaba sendo.
A carapuça serviu. Não que apresentar soluções seja algo ruim - não é. Mas eu preciso mesmo ficar dando todos estes finais redondos, amarrados, siga por aqui, pense assim, leia aquele livro? Será que não posso me permitir contar o que vim para contar, escrever sobre aquilo que me moveu, me provocou ou me doeu, sem revelar a moral no fim? Até porque na vida, nem tudo tem moral, resolução ou final feliz.
Tem dia que o cabelo está ruim e não há pomada ou secador que resolvam. Tem relação que acaba e a gente vai sofrer mesmo. Tem problemas que vão nos acompanhar por muito tempo - e não há lista de dicas na internet que vai aliviar aquela dor. Tem saudades que não passa, desejo que não se sacia, incômodo que não some.
“Literatura não é autoajuda, mas ajuda”, disse o professor - e aquilo soou como um desafio. Foi buscar e encontrei: Gabriel Gárcia Márquez me ensinou a imaginar, Ian McEwan me explicou que toda ação tem consequência - e que tudo pode sair do controle mais rápido do que a gente imagina -, Elena Ferrante me revelou a imensidão do que é ser mulher, Clarice Lispector me mostrou como sentir. E tantos outros.
Quantos livros foram adubo para amizades, refúgio para noites insones, companhia para momentos felizes e tristes. Quantas vezes encontrei alívio, consolo e permissão para sonhar ao ler um bom romance.
Aprendi que na vida que preciso também escrever para entender o que sinto. Quando estou muito feliz ou muito triste, é nas páginas dos meus cadernos que encontro um pouco de paz. Escrever para mim é um ato de cura. Talvez essa seja a (minha) real autoajuda.
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Fazer um curso em pleno puerperio... parabéns pela energia!!! Aqui ainda estou juntando forças para retornar as aulas de inglês. A cada soneca da Isa mamãe aproveita para dormir também. São 25d de puerperio por aqui. Espero retomar as forças logo