Estou apaixonada (por Nora Ephron)
Edição #280 : Um diálogo imaginário (ou não) sobre "Meu pescoço é um horror"
- Ai, meu D's, você já leu Nora Ephron? Não acredito, você precisa ler Meu pescoço é um horror. (Eu adoro a oportunidade de ser a portadora de uma revelação literária na vida de alguém - mesmo quando a dica é antiga e manjada. Pegaria mal em certos círculos falar de um livro que já tem quase vinte anos? Talvez, mas é também pra isso que tenho a newsletter).
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- Não, eu sei. [Insira aqui o livro que você está lendo] é realmente muito bom e eu sei que você tem vários outros na fila. Mas este aqui é daqueles que fazem a gente pular a fila e que começa a morar na sua bolsa, que você quer carregar para todo lugar. Estava aqui lendo enquanto te esperava.
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- Eu tô ligada, falta tempo para ler. Para mim também! Semana que vem volta o mestrado e tenho seis romances enormes para ler para a próxima disciplina. Fora as leituras do podcast. Mas este aqui é bom demais, é curtinho. São crônicas, dá pra ler aos poucos, sabe?
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- Ai, eu também sou péssima com livros de contos, crônica é pior ainda. Mas este aqui é bom demais. Cada parágrafo rende uma gargalhada e uma pontada de inveja: como é que alguém consegue escrever com um senso de ironia tão perfeito? Comprei o estoque disponível na Amazon (me julguem) para poder presentear.
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- Mas tá aí, esta é a vantagem! É um livro leve! Gostoso de ler! Não é exagero, olha isso aqui:
"Tenho certeza de que você sabe o que é manutenção. É aquilo a que se referem quando dizem que de certo ponto em diante, é só remendar, remendar, remendar. Manutenção é o que você precisa fazer para poder sair de casa sabendo que, se for ao mercado e der de cara com um sujeito que no passado a rejeitou, não terá de se esconder atrás de uma pilha de latas. Não quero entrar em detalhes."
Não quero entrar em detalhes! Isso é hilário.
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- É exatamente isso. Fiquei viciada. Leio secando o cabelo, na sala de espera, uma última crônica antes de ir dormir. Eu estou com um problema, resolvi que quero escrever que nem ela. Leio uma crônica e começo a pensar rápido como a Nora, fico tentando imaginar como ela escreveria sobre algo que nunca tinha parado para prestar atenção até agora. A sensação é que ela me mostra como pensar e reparar na vida cotidiana de um jeito novo.
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- Ah, eu estou no meio de Wolf Hall. Estou adorando, Londres em 1530 é incrível. O livro é bom, mas é denso. Sabe? E descobri nessa semana agora que dar risada porque a Nora Ephron diz que o que realmente tem valor na vida é um pescoço é um remédio muito mais eficiente para tempos difíceis.
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- Tá bom, eu sei que tô repetitiva. Mas só de ler um capítulo e tentar pensar e escrever como ela já é algo imensamente divertido. Muito melhor do que ficar pensando na morte da bezerra é pensar: o que ela diria do momento em que você sai do chuveiro e percebe que esqueceu de pegar a toalha? É melhor do que Prozac, tô falando.
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- Calma, já te conto como vão as coisas em casa. Mas não deixa de ler e depois me devolve. Não vou conseguir emprestar o livro pra todo mundo, mas quero que ele chegue no maior número de mãos possível. Mas pode ter certeza: vai virar tema para a newsletter.
hahahaha acho que vc conseguiu escrever de um jeito que honra a nora ephron!
Assim que li sua newsletter fui na Amazon comprar e achei um usado por R$1,60! Acabou de chegar e tá praticamente novo. Ansiosa pela leitura! R$1,60!!!!!