Respostas sem perguntas e a ficção como remédio
Edição # 279:Wolf Hall, Rose Napolitano e um pouco de alucinação
Há pouco mais de três anos, publiquei aqui um ensaio onde eu começava contando como eu costumava ir às livrarias como quem participa do programa Porta da Esperança, do Silvio Santos. Eu sempre acreditei que poderia encontrar as respostas às minhas perguntas e um remédio para minhas dores nas páginas de um livro.
Naquela ocasião, o que me ajudou foi um livro de ensaios: Falso espelho, de Jia Tolentino. Um dos capítulos, O eu na internet, me permitiu entender melhor o burnout do qual estava saindo. No conjunto da obra, Jia mostrou um caminho novo, uma aspiração: o desejo de um dia, quem sabe, escrever como ela.
Desde então, muita coisa mudou. Comecei o mestrado e passei a ler com um outro olhar. Presto tanta atenção à forma quanto ao conteúdo. Conheci novos autores, gêneros e jeitos diferentes de contar uma história. Escrevendo aqui semanalmente, também gosto de acreditar que minha técnica foi (e está) melhorando aos poucos.
Sou uma grande fã de livros de não ficção. Aprendo muito com eles. Desde os best sellers O poder do hábito e Quatro mil semanas aos geniais Rápido e devagar, Sociedade do cansaço e Of Woman Born, passando pelas obras mais esotéricas tipo os livros da Byron Katie e da Martha Beck. Por muito tempo, achei que todas as respostas estavam lá.
A ficção e a literatura, por outro lado, são o reino da ambiguidade. Não são o espaço de respostas (apesar de elas estarem recheadas de lições únicas), mas sim de ambiguidade, complexidade e mais perguntas. Ainda assim, fui percebendo o quanto podemos aprender com a jornada, as escolhas e a introspecção de personagens completamente fictícios.
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