Vi um post no Instagram que circulou na semana passada que diz muito sobre mim: gente blasé é cafona demais, seja um emocionado. Essa sou eu: uma emocionada.
Brinco há alguns anos que o meu espírito animal é o de um labrador: sou feliz e destrambelhada. Me atrapalho nos formalismos e cumprimento com beijinho quem prefere um aperto de mão, com abraço quem prefere beijinho. Bato nos cantos e quinas, ainda não aprendi o tamanho que tenho.
Bato também palmas, faço joinhas e corações com as mãos. Faço um sinal de hang loose com a mão que enche a minha filha mais velha com o maior espírito cringe destilado e purificado. Se ser emocionada é ser cringe, eu sou cringe mesmo.
Rio alto quando leio algo que gosto – e depois deixo um comentário contando que ri alto. Saiba que é sempre verdade.
Amo glitter e confete. Sou hiperbólica nas minhas paixões: o que eu gosto acho incrível. Tudo é imperdível, maravilhoso, espetacular. Se eu gosto, eu amo. (Já contei aqui que sou intensa, não é?).
Uso pontos de exclamação, repito letras (amiiiiiiiiga, eu tambéeeeem) e emojis – muitos emojis. Emoji de carinha chorando de tanto rir, emoji com estrelas nos olhos, emoji de mãos juntas fazendo namastê. Se é para usar coração, vai o coração vermelho – estou há anos-luz de distância dos descolados que preferem o preto, roxo ou mesmo branco. O meu coração é vermelho, já diria Fafá de Belém.
Choro a cada episódio de This is us, me emociono com os encontros e sofro com cada decepção daquela família complicada e maravilhosa.
Tenho que tomar cuidado com o agito numa noite divertida. Se saímos com amigos para jantar, já sei que não vou conseguir dormir tão cedo. Posso estar exausta (eu não fico cansada, só exausta), posso ter bebido um vinho, mas não adianta. Fico acelerada e preciso de um tempo para aterrissar antes de pensar em adormecer.
O meu espírito é meio cafona mesmo – mas aquele post me ajudou a me lembrar que ser cafona é bem legal.
Reviso este texto e mostro para meu marido. Ele diz que adorou, mas achou um pouco exagerado. É exatamente este o ponto, retruco.
Expediente
Texto: Carolina Ruhman Sandler
Colagem: Roberta Chvindelman
Transcrição: Camila Mazzini
Ri alto!!! Amei
Visitei minha terra natal semana passada e essa sensação de "me acalmar antes de dormir", tal qual uma criança excitadíssima com vontade de pular na cama, rolou demais! Encontrei com muitas pessoas que não via a dois anos, impossível não ficar emocionadíssima. Sou time exagero, sou time afetos não contidos! <3
Escrevi sobre isso em fevereiro: https://tinyletter.com/pmescreve/letters/sem-migalhas
beijos,