Vou te falar #59

Sobre consistência - por Sarah Germano

Olá, tudo bem?

Nesta semana, a newsletter ganhou a sua primeira editora convidada. Como estou viajando de férias, a Sarah Germando continua hoje como editora, com uma crônica deliciosa sobre consistência.

Se você não conhece a Sarah ainda, está perdendo. Ela é a autora de duas das minhas newsletters preferidas, a Invasões Germânicas, com crônicas e dicas, e a Literalmente, onde ela faz resenhas deliciosas sobre os livros que lê. Não deixa de conhecer e assinar, viu?

Com amor,

Carol

---

Se você não me conhece pessoalmente, vou contar algo que provavelmente vai te assustar. Não uso esse verbo por acaso, uso por sua precisão - pois é exatamente isso que as pessoas sentem quando eu revelo que sou uma mulher de 1,87m de altura. 

Mas esse não é o ponto do texto, apesar de ser a base do raciocínio. Com essa altura toda, minha mãe me fez (obrigou cof cof) a jogar basquete quando era adolescente. No entanto, depois de um tempo eu realmente comecei a amar a prática desse esporte.

Nunca fui uma Hortência apesar de ter nascido em Sorocaba, cidade onde o fenômeno atuou em seus melhores anos. Eu era apenas muito alta e consistente. Eu não faltava aos treinos, eu não perdia um jogo. Eu era alguém em quem se podia contar. 

Agora por fim entramos no tema desta news: consistência. Esse é um valor que julgo menosprezado demais, mas que faz toda a diferença na vida do ser humano - especialmente se ele escolheu escrever newsletter, onde mais importante do que reinventar a roda a cada edição é estar sempre presente na caixa de entrada das pessoas, publicar com uma certa periodicidade.

Não importa o tamanho de seu talento, o mais importante é estar lá todos os dias. Dizem que o comediante Jerry Seinfeld, um dos maiores de todos os tempos, se obriga a escrever diariamente, por exemplo. Não importa se a piada é boa. O ponto é praticar sempre.

Voltando para os esportes, você já deve ter ouvido falar daquele jogador que é tão talentoso que já o compararam ao Pelé, mas que é sempre visto enchendo a cara na balada, não cuida do corpo, se preocupa mais em namorar do que treinar e nunca ganhou uma Bola de Ouro da Fifa. Pois é, ele confia apenas em seu talento extremo, mas isso só te leva até certo ponto.

Em compensação tem aqueles outros dois de talento inegável, mas que não só não faltam aos treinos como continuam a se exercitar quando chegam em casa. Eles revezam o maior prêmio de futebol do Planeta todos os anos.

Sem falar mais de esportes, quero encerrar essa edição dizendo que essa consistência vale para tudo, desde estudos até maternidade. Mais importante do que sair arrebentando é comparecer. É estar lá. É seguir fazendo e se dedicando. E o sucesso, como dizem os narradores de futebol, é apenas resultado.