Oi, Carol! Não sei se em seus estudos você já passou pela expressão “Female Gaze”. Após quase 50 anos do termo ter sido cunhado, vejo-o sendo sendo cada vez mais usado em diferentes âmbitos, inclusive no planejamento urbano. Há a defesa de que as cidades feitas por mulheres são mais seguras e inclusivas - e eu acredito nisso. Recentemente, li que a nossa crença de que mulheres não viajam muito no século XVIII/XIX na verdade está sendo refutada. Não é que elas não viajassem, mas poucos são os relatos de viagens de mulheres que foram documentados/publicados. Ou seja, ainda há muito a ser investigado nesta área - o que, na minha opinião, abre espaço para muitos achados interessantes.
Adorei a expressão! Acho incrível como o feminismo abarca tantas áreas do conhecimento. No campo das relações internacionais, existe toda uma escola de pensamento que defende que nenhuma nação liderada por uma mulher já entrou numa guerra e que, numa extensão disto, o feminismo é pacifismo. Lindo, não é?
Carol, este ano li, meio que sem querer, muitas autoras femininas, a maioria dos livros em 1ª pessoa, mas foi apenas quando li homens narrando em primeira pessoa, que percebi que a identificação com o personagem não rolava. Mais que isso, cheguei a sentir raiva ou desprezo por eles. Estou ate pensando em ler Dom Casmurro agora na vida adulta ( li na escola, há mais de 20 anos), só pra saber como vou me sentir com relação a Bentinho. Hahaha
Vai passar raivaaaa! Hahaha brincadeiras a parte, é incrível essa percepção de como a voz feminina é fundamental - na literatura e em todo os outros lugares!
Assim que comecei a ler suas palavras (ótimo texto, aliás!) me lembrei do livro "Histórias de ninar para garotas rebeldes". Sempre leio as histórias deste livro para minha filha e ela sempre se choca com muitos preconceitos enfrentados pelas grandes mulheres protagonistas do livro.
Na história das irmãs Brontë tem uma passagem que me deixou revoltada:
"Um dia, Charlotte decidiu enviar seus poemas para um famoso poeta inglês para pedir a opinião dele. A resposta foi: Não gosto nada dos seus poemas. Literatura é um negócio para homens!"
Ainda bem que elas não se intimidaram com este comentário preconceituoso e conseguiram se destacar como grandes escritoras.
Izabella, que legal essa referência! Tenho este livro em casa, mas minha filha não pegou ele... vou tentar de novo agora! Acho fundamental que a gente saiba reconhecer a evolução pela qual estamos passando... assim nossas meninas continuarão um dia nossa luta!
Sincronicidade demais ler seu texto logo depois de ouvir o Bom dia, Obvious com Claudia Lucas Chéu que passa exatamente por essa questão da literatura escrita por mulheres. Não tínhamos voz no passado, isso assegurava nossa invisibilidade. Que consigamos falar, escrever e ser vistas cada vez mais. Um beijo!
Comovente. E nas artes plásticas é a mesma exata história! Muitas mulheres abafavam seus nomes, como a mulher de Pollock, que de Lenore mudou pra Lee Krasner para ficar mais neutro. Assim como ficavam escondidas atrás das carreiras de seus maridos -- apesar de trabalharem como PRs para eles, divulgando e potencializando o trabalho deles. Pouca gente sabe, mas a mulher do Edward Hopper era uma grande artista. Assim como a mulher do De Kooning e mais muitos outros. A lista é longa, infelizmente. Obrigada por escrever. Muito bom ler mulheres!
Brilhante, Carol. Comecei a prestar atenção nisso há uns dois anos e ler mais mulheres foi como me encontrar de forma mais plena nos textos. Ler O acontecimento foi arrebatador, aguardando o encontro. <3
"Não existe uma leitura feminina – assim como tampouco existe uma literatura universal. O que existem são cada vez mais mulheres que nos falam de suas vidas, experiências, sonhos e dores. Ler um livro escrito por uma mulher é, também, uma forma de trabalhar para mudar a sociedade. (Me deixa, essa semana estou otimista)." Perfeito. Tb ando muito otimista ultimamente, rs! Adorei seu texto. Ele me fez refletir sobre a necessidade de ler mais mulheres. Bj.
Carol, este ano li, meio que sem querer, muitas autoras femininas, a maioria dos livros em 1ª pessoa, mas foi apenas quando li homens narrando em primeira pessoa, que percebi que a identificação com o personagem não rolava. Mais que isso, cheguei a sentir raiva ou desprezo por eles. Estou ate pensando em ler Dom Casmurro agora na vida adulta ( li na escola, há mais de 20 anos), só pra saber como vou me sentir com relação a Bentinho. Hahaha
Oi, Carol! Não sei se em seus estudos você já passou pela expressão “Female Gaze”. Após quase 50 anos do termo ter sido cunhado, vejo-o sendo sendo cada vez mais usado em diferentes âmbitos, inclusive no planejamento urbano. Há a defesa de que as cidades feitas por mulheres são mais seguras e inclusivas - e eu acredito nisso. Recentemente, li que a nossa crença de que mulheres não viajam muito no século XVIII/XIX na verdade está sendo refutada. Não é que elas não viajassem, mas poucos são os relatos de viagens de mulheres que foram documentados/publicados. Ou seja, ainda há muito a ser investigado nesta área - o que, na minha opinião, abre espaço para muitos achados interessantes.
Adorei o texto de hoje! :)
Viva Jane Jacobs! ❤️
Viva! 👏🏻
Adorei a expressão! Acho incrível como o feminismo abarca tantas áreas do conhecimento. No campo das relações internacionais, existe toda uma escola de pensamento que defende que nenhuma nação liderada por uma mulher já entrou numa guerra e que, numa extensão disto, o feminismo é pacifismo. Lindo, não é?
Carol, este ano li, meio que sem querer, muitas autoras femininas, a maioria dos livros em 1ª pessoa, mas foi apenas quando li homens narrando em primeira pessoa, que percebi que a identificação com o personagem não rolava. Mais que isso, cheguei a sentir raiva ou desprezo por eles. Estou ate pensando em ler Dom Casmurro agora na vida adulta ( li na escola, há mais de 20 anos), só pra saber como vou me sentir com relação a Bentinho. Hahaha
Vai passar raivaaaa! Hahaha brincadeiras a parte, é incrível essa percepção de como a voz feminina é fundamental - na literatura e em todo os outros lugares!
Oi, Carol!
Assim que comecei a ler suas palavras (ótimo texto, aliás!) me lembrei do livro "Histórias de ninar para garotas rebeldes". Sempre leio as histórias deste livro para minha filha e ela sempre se choca com muitos preconceitos enfrentados pelas grandes mulheres protagonistas do livro.
Na história das irmãs Brontë tem uma passagem que me deixou revoltada:
"Um dia, Charlotte decidiu enviar seus poemas para um famoso poeta inglês para pedir a opinião dele. A resposta foi: Não gosto nada dos seus poemas. Literatura é um negócio para homens!"
Ainda bem que elas não se intimidaram com este comentário preconceituoso e conseguiram se destacar como grandes escritoras.
beijos
Izabella, que legal essa referência! Tenho este livro em casa, mas minha filha não pegou ele... vou tentar de novo agora! Acho fundamental que a gente saiba reconhecer a evolução pela qual estamos passando... assim nossas meninas continuarão um dia nossa luta!
É notável mesmo, Carol! Espero que sigamos dando força a essa literatura para que permaneça no século 21. ⭐️
Sim! Para ela crescer, só depende de nós ❤️
Sincronicidade demais ler seu texto logo depois de ouvir o Bom dia, Obvious com Claudia Lucas Chéu que passa exatamente por essa questão da literatura escrita por mulheres. Não tínhamos voz no passado, isso assegurava nossa invisibilidade. Que consigamos falar, escrever e ser vistas cada vez mais. Um beijo!
Ai que legal! Vou ouvir aqui. Obrigada pela dica!!
Comovente. E nas artes plásticas é a mesma exata história! Muitas mulheres abafavam seus nomes, como a mulher de Pollock, que de Lenore mudou pra Lee Krasner para ficar mais neutro. Assim como ficavam escondidas atrás das carreiras de seus maridos -- apesar de trabalharem como PRs para eles, divulgando e potencializando o trabalho deles. Pouca gente sabe, mas a mulher do Edward Hopper era uma grande artista. Assim como a mulher do De Kooning e mais muitos outros. A lista é longa, infelizmente. Obrigada por escrever. Muito bom ler mulheres!
É chocante esse apagamento por séculos, não? Você leu/assistiu ao The Wife?
Tem aquele filme da autora francesa né, como chamava mesmo?
Nossa! Não lembro!!!
https://time.com/5396467/colette-author-biography/ Colette -- já viu?
Ah sim! Não vi!! Agora quero ver correndo. Mas assiste tb o The Wife, é bom demais
Já tá aberto aqui. Hahaha vou tentar ver hoje mesmo!
Enjoy! Filmaço!
Não, vou me informar!
Gosto muito desse texto da Audre Lorde:
https://peita.me/blogs/news/os-usos-do-erotico-o-erotico-como-poder-por-audre-lorde
Acho que vc vai curtir, conversa com alguns pontos que vc trouxe nos seus apontamentos.
beijo
Que maravilhoso! Correndo pra ler. Obrigada pela dica!!!
Brilhante, Carol. Comecei a prestar atenção nisso há uns dois anos e ler mais mulheres foi como me encontrar de forma mais plena nos textos. Ler O acontecimento foi arrebatador, aguardando o encontro. <3
Nossa, essa é uma palavra perfeita para este livro. Estou ansiosissima pro encontro!!
"Não existe uma leitura feminina – assim como tampouco existe uma literatura universal. O que existem são cada vez mais mulheres que nos falam de suas vidas, experiências, sonhos e dores. Ler um livro escrito por uma mulher é, também, uma forma de trabalhar para mudar a sociedade. (Me deixa, essa semana estou otimista)." Perfeito. Tb ando muito otimista ultimamente, rs! Adorei seu texto. Ele me fez refletir sobre a necessidade de ler mais mulheres. Bj.
Que bom!! Vamos juntas ler mais mulheres!!
Carol, este ano li, meio que sem querer, muitas autoras femininas, a maioria dos livros em 1ª pessoa, mas foi apenas quando li homens narrando em primeira pessoa, que percebi que a identificação com o personagem não rolava. Mais que isso, cheguei a sentir raiva ou desprezo por eles. Estou ate pensando em ler Dom Casmurro agora na vida adulta ( li na escola, há mais de 20 anos), só pra saber como vou me sentir com relação a Bentinho. Hahaha